segunda-feira, 31 de março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

A Infertilidade em 2008 vem pelo correio!


Começa-se a desmistificar o termo "Infertilidade" na nossa sociedade. Agora vai entrar em todas as casas e poder alterar as mentalidades. "Quem não tinha filhos não era abençoado por Deus!" Ouviasse muito esta expressão há uns anos (não muitos) atrás!
Mesmo hoje, há uma certa relutância em falar deste tema abertamente! A nossa sociedade ainda é muito cruel!
Por vezes as pessoas que pensamos que nos podem dar algum apoio (falo de amigos e familiares) são os próprios a ter comentários, que nos deixa de rastos! Toda a gente já ouviu "Deixa lá fica para a próxima! Agora não fiques a cismar! ou expressões ainda piores, quando se recebe um negativo! Foi meu caso! Como se engravidar, para quem sofre desta enfermidade, fosse fácil, rápido e económico!

Para quem não sabe, NÃO É!
É um processo complicado, muito duro psicologicamente, difícil para quem tem baixos rendimentos e mesmo assim, luta e faz tudo por tudo para ter um Filho!

Reflictam sobre o assunto! Nunca se sabe quando esta realidade nos pode bater á porta!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Sinto-me assim

Estou muito triste, muito angustiada e perdida neste meu mundo.
Sinto-me fraca quase sem forças para continuar...
O meu marido também não anda nada bem. Ele está tão abalado quanto eu com tudo isto.

Para mim, eu já estava gravida e foi no dia 10 de Março que perdi o meu bebé...
O quadro clinico era muito animador... e depois...o balde de água fria...

Falava frequente com umas amigas pela net e desde que tudo isto que aconteceu, tenho andado afastada. Não consigo falar com as pessoas. Não tenho animo.

Já passaram duas semanas desde que soube o resultado do exame. Tentamos levar a vida em frente, não pensar muito no sucedido. Mas é muito complicado!
Sempre que vejo as senhoras grávidas e os bebés pequeninos, penso que também eu poderia estar grávida se o tratamento tivesse resultado e em breve teria o meu(minha) tão desejado(a) filho(a) nos meu braços.

Quando vejo o meu marido jogar a bola com o sobrinho, penso como seria bom ter ali também o nosso rebentinho a participar da brincadeira...
Enfim, uma mistura de sentimentos que me invade, que nem sei muito bem como reagir e organizar tudo isto na minha cabeça. Já guardei no meu coração alegria que senti nos dias a seguir a transferência ao pensar que já tinha o bebé dentro da minha barriga.
Agora sinto-me vazia por dentro.


domingo, 16 de março de 2008

O Dia da Verdade _ 10 Março de 2008

Foi uma noite agitada de domingo para segunda-feira. Tive um sonho estranho sobre o resultado do tratamento – negativo. Realço que não foi a primeira vez que tinha sonhado com isto, mas também já tinha sonhado que estava grávida e ia ter uma menina a qual chamaria Inês.
Não me quis entregar ao estranho sentimento que me estava a invadir.
Levantei-me para ir a casa de banho e foi quando tive o resultado do tratamento. Não precisaria de fazer o exame β hcg. O Mr. Red tinha vindo sem ninguém o chamar ou querer por cá.

Com uma voz calma e cheia de tristeza disse ao meu marido, que já não precisaria do exame para ter confirmações…
Ele ficou surpreso e ainda assim disse:
_ Pode ser que isso não queira dizer nada… Vai fazer o exame na mesma….

Sim, eu também tive aquele sentimento que podia ser falso alarme…estavam a ser 8h da manhã, a hora das cápsulas de utrogestran, na dúvida ainda pus mais duas.

Cheguei ao laboratório e senhora disse que só teria o resultado pelas 16h. Disse-me que o exame custaria 40€. Achei por bem ir ao centro de saúde buscar uma credencial para não ter que pagar o exame. Estive mais 2h30 á espera da minha vez. Assim que entrei no consultório disse ao médico que precisava de fazer o exame para saber se estava grávida e ia a dar-lhe o pedido para fazer o exame do outro médico, quando me respondeu não é preciso, e nem sequer olhou para o papel que eu tinha na mão.

Quando cheguei ao laboratório a senhora olha a credencial e diz-me este não é o exame β hcg, mas o teste normal de gravidez que se faz através da urina.
Fiquei tão aborrecida…afinal eu quis mostrar ao medico o exame que pretendia, ele nem se dignou a olhar e ainda por cima passa o exame errado!
Ainda pensei voltar ao centro de saúde mas, estava cheio de gente já a fazer marcações para de tarde, iam-me fazer marcar nova consulta. Eu já previa o resultado do exame e não estava psicologicamente disponível para passar o resto do dia no centro de saúde. Paguei os 40€, tanto que me custou…já me dava para fazer uma semana de compras…
Fui para casa e esperei pelas 16h para ligar ao laboratório. Chegada a hora de verdade, a senhora diz-me negativo com o valor de 1,3.
Liguei para a clínica para dar o resultado e depois de o dizer a senhora diz-me que o Dr. C. que ia ligar a marcar uma ecografia para ver o estado do meu útero e ovários.
A consulta foi marcada para o dia 1 de Abril . Mandou-me parar com toda a medicação.

Estranhei porque nos 2 dias a seguir o Mr.Red não veio em força…vem acastanhado e muito pouquinho e mal suja o pensinho!!

Agora vou aguardar. Precisamos de nos reestruturar novamente psicologicamente.



sexta-feira, 14 de março de 2008

O Dia da Tranferência _ 27 Fevereiro de 2008

Acordei muito bem-disposta, a cantarolar a Pedra Filosofal – António Gedeão e a recitar o poema Pelo sonho é que vamos – Sebastião da gama.

Fui tranquila e muito calma.

Como tinha que ter a bexiga cheia bebi 1l de água pelo caminho. Quando lá chegamos já tinha vontade de ir a casa de banho, mas tinha que me aguentar pois ainda faltava meia-hora para a minha consulta.

A Srª M (secretaria) chamou-me para que lhe desse a guia de tratamento, passou umas receitas dos medicamentos que estavam prestes a terminar, o exame para fazer o teste de gravidez e a justificação de presença para o meu marido. Enquanto fazia isto íamos conversando animadamente e ela fazia-me rir, mas eu não podia rir…a minha bexiga estava a rebentar pelas costuras!...

A enfermeira veio buscar-me e o que me tinha dito no dia da punção repetiu. Retirar a roupa da cintura para baixo vestir a bata e calçar os chinelos.
Desta vez o meu marido entrou comigo e teve que calçar uma protecção por cima dos sapatos para poder entrar comigo para a sala onde se iria realizar a transferência. Foi-nos recomendado que esperássemos que viria alguém falar connosco.

Passados uns 15 minutos vem a Dr.ª J., que ao olhar para mim diz:
_ Você está com uma cara assustada!?
Eu respondi: _ Não! Eu estou, é muito aflita para ir á casa-de-banho…
Ela contínua: _ Então vá lá fazer um pouquinho…não há necessidade de estar a sofrer… o Dr. M. (ainda não tinha ouvido falar deste médico) também está a chegar.

Depois de eu ter ido á casa de banho, a Doutora começou a falar sobre o que a tinha feito ir ao quarto.
_ Ora bem, diz ela, vamos transferir só um embrião. Este é o que está com muito boa qualidade. É para isto que serve também este 5º dia, para seleccionar o melhor dos melhores. O outro embrião está com uma qualidade razoável ou um pouco abaixo do razoável.
Além do mais, nós, cada vez mais, estamos a apostar em transferir só um embrião, devido á idade. Quanto mais jovem é a mulher mais probabilidades tem de engravidar e por isso não há necessidade de correr o risco de uma gravidez gemelar.
Você é muito jovem e tem muitas probabilidades.
Nós ouvíamo-la com tanta atenção, que estas últimas palavras para mim foram divinas. Reconfortantes e muita calmantes.
Continuou a recomendar-me repouso relativo, não seria necessário passar o dia na cama, mas nada de esforços, aspirar a casa, nem caminhadas e nestes próximos dias também não devia andar de carro. Tomar a medicação é fundamental.

Chegou a hora de ir para a sala para fazer a transferência.
Estava calma, mas um pouco tensa e procurava relaxar. Até eu estava admirada comigo mesma por estar tão calma. O meu marido é que estava muito nervoso.

Para minha admiração entra o Dr. C. (o medico que nos acompanhou durante o tratamento)… (então a Dr.ª Joaquina não tinha falado num tal Dr. M.!? Eu não sei quem é, por isso fiquei muito contente quando vi o Dr. C.!) Este médico transmite-me confiança!

O ambiente na sala estava muito bom, animado. Foi um processo rápido e completamente indolor.

Fiquei a repousar cerca de 30 minutos, depois fui finalmente á casa de banho…Ufa! Que alivio!

Entretanto, a senhora enfermeira diz que temos que esperar mais um pouco, porque o Dr. Alberto Barros vinha falar connosco.
Veio ele e o Dr. J. desejar-nos boa sorte e felicidades.

Rumamos a casa. Assim que cheguei deitei-me, não quero facilitar.

Daqui a 2 semanas vou fazer o β Hcg, teste de gravidez.
Estou muito confiante. Vai tudo correr bem com a graça e ajuda de Deus.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Segunda-Feira, 25 Fevereiro de 2008

As 10h 30 min passaram e a Dr.ª não ligou. Eu pensei que ficaria então a transferência para 4ª feira, mas….passados uns 10 minutos da hora marcada o telemóvel toca.
Arrepiei-me e tremi de alto a baixo. Era a Dr.ª J.
Eu disse que estava ainda um pouco inchada, mas já não tinha dores nem cólicas.
Perante isto decidiu marcar a transferência para a parte da tarde.
O medo invadiu-me.
O meu marido já me tinha telefonado a dizer que estava longe e num local com fraca rede. E se eu não consigo falar com o ele? Seria um grande stress.

Dados estes factos a Dr.ª J. disse que não valia a pena complicar mais a vida e não haveria problema nenhum os embriões continuarem em cultura até 4ª feira.

Domingo, 24 de Fevereiro de 2008

A Dr.ª J. voltou a telefonar-me a dar mais notícias dos embriões a saber do meu estado.
Adiantou que dos 5 embriões, 3 estavam mais desenvolvidos. Continuaria a vigiar os embriões e se justificasse 2ª feira seria feita a transferência.
Neste momento fui invadida por muitas dúvidas:
- Porquê 2ª feira se tinham marcado a transferência para 4ª feira? Seria bom sinal?
- Como é que iria fazer para ir lá? O meu marido ía estar fora da cidade e eu não teria mais ninguém para me acompanhar…

A Dr.ª J. respondeu às minhas questões: que os embriões estavam a desenvolver bem e se na segunda-feira continuassem a desenvolver bem, não haveria razão nenhuma para continuarem em cultura. Embora não houvesse nenhuma contra-indicação se continuassem. Acrescentou que a taxa de sucesso era semelhante á de uma transferência feita no 5 dia.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sábado, 23 Fevereiro de 2008

A Dr.ª J. (responsável laboratorial), telefonou-me a perguntar como eu estava e a dar notícias dos embriões.
Recomendou-me que repousasse. Acrescentou que eu tinha 13 folículos, destes 8 eram maduros e fecundaram 5.

terça-feira, 11 de março de 2008

O Dia da Punção _ 22 Fevereiro de 2008

Saí de casa muito nervosa, como até então não tinha acontecido. Estava tensa e muito apreensiva de tal forma que a barriga já me doía.

Chegámos 10 minutos antes da hora combinada. Esperei até que me chamaram para um quarto onde uma enfermeira que recomendou tirar toda a roupa da cintura para baixo, vestir uma batinha e calçar uns chinelinhos que ela me deu. Assim fiz e esperei que alguém me fosse buscar.

Passado alguns minutos abre a porta o anestesista Dr. C. Levou-me para a sala onde a punção iria ser feita e preparou-me com a ajuda da enfermeira. Durante isto, ía tentando me fazer descontrair, com uma conversa que pôs toda a equipa a rir, menos a mim. Eu não estava nada para piadas nem com astral para me rir. Embora o Dr. C. até tinha graça! ...
Graças a Deus a anestesia fez o efeito rápido e eu adormeci. E sonhei…um sonho tranquilo sobre o que se estava a passar.

Acordei já no quarto acompanhada por uma enfermeira. Disse-me que me ía trazer um chá com bolachas.
O meu marido chegou logo a seguir. Ficou ali comigo até virmos para casa. Estive 1h 30 min a recuperar. Entretanto o meu marido fez a recolha do esperma.

A bióloga disse-nos que da parte da tarde já iria juntar os espermatozóides com os folículos.

A sr.ª enfermeira deu-me ordem para me levantar e recomendou-me repouso. No caso de as dores persistirem deveria tomar ben-u-ron 1000.

O meu marido ajudou-me a vestir e apoiou-me até chegar ao carro.
Mal cheguei a casa deitei-me no sofá muito quietinha. Deitada estava bem o pior era levantar e endireitar-me. Dava uns passitos pequeninos. Estava inchada e muitas dores, mas nada que não se aguentasse.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A 3ª Ecografia

Desta vez fui sozinha. Sentia-me muito mais segura e confiante.

Ao chegar, esperei muito tranquila pela minha vez. Desta vez ainda fiquei mais motivada porque durante a ecografia o Dr. J. disse com uma voz satisfeita: _ Muito bem! Melhor impossível! Estas palavras transmitiram-me ainda mais confiança e motivação!

Marcou a punção (consiste em retirar os folículos dos ovários com anestesia geral que dura apenas alguns minutos) para 6ª feira
.
Recomendou-me que neste dia deveria estar na Clínica 20 minutos antes e estar em jejum de 6 horas que precedem à punção.

domingo, 9 de março de 2008

A 2 ª Ecografia

Há hora combinada lá estava. Foi uma amiga comigo. Senti uma necessidade que não sei explicar de estar acompanhada, sentia-me mais segura. Confesso que todo este processo tem sido um pouco complicado de gerir na minha cabeça.

Durante a ecografia o Dr. J. disse que estava a correr bem. A seguir mandou-me ir ao consultório do Dr. C. para mostrar o resultado da evolução dos meus folículos.

Fui então para a sala de espera do consultório do Dr. C. Estava cheia. Eu fico admiradíssima com a quantidade de pessoas a passar por esta situação!

O Dr. C. olhou para a folha de diagnóstico e balbuciou: _ Hum!

Eu estava tranquila e cheia de fé e esperança de que tudo estava a correr bem devido às palavras ditas á pouco pelo Dr. J. Então perguntei sem medo: _ Esse “Hum!” quer dizer o quê? O Dr. C. respondeu prontamente: _ Tens que cá voltar 4ª feira!
Ao mesmo tempo mostra-me a folha de diagnóstico onde me explica que existem alguns folículos que necessitam de crescer um pouco mais até aos 17 mm ou o mais próximo possível!

Receitou-me mais injecções: 2 de Orgalutran e duas doses de Puregon para tomar por 2 vezes .

sábado, 8 de março de 2008

A 1ª Ecografia

Eram 9h 30 min quando nos dirigimos ao nosso destino: Porto _ C.G.R.
Conheci o Dr. J., homem de poucas palavras, mas simpático e atencioso no trabalho que fez.

Durante a ecografia mostrou-me os folículos e disse que era o que iríamos fazer crescer com mais umas injecções. Receitou-me duas seringas de “Orgalutran ” cada, já estão preparadas! É só injectar.

O meu estradiol estava no nível 8. Depois ditou uma serie de números para a assistente médica, que os ia escrevendo numa folha de diagnostico. Eu acho que era o tamanho em mm dos folículos já existentes nos meus ovários (1º direito e depois o esquerdo).

Ao meu marido foi recomendado que continuasse com a medicação até ao dia da punção.
E também que tivéssemos relações este fim-de-semana. (É a melhor parte do tratamento!) Esta recomendação é para que não haja uma abstinência sexual muito alargada, aquando do dia da punção, porque terá de fazer mais uma recolha de esperma. Claro que é para obter uma melhor qualidade dos espermatozóides!

As minhas recomendações passaram pelas injecções: hoje injectava apenas o “Puregon”. Amanhã e Domingo as “Orgalutran” em simultâneo. (A minha barriga está feita num 8, cheia de picadinhas dos 2 lados do umbigo!)

Ainda tive outra recomendação feita pelo meu marido: “Deveria tirar o ar da seringa antes de a injectar.” (“Sim senhor! Já cá tenho um enfermeiro… “ -É a preocupação de quem também quer que seja tudo perfeito e espera que tudo dê certinho.)

Deveria voltar lá passados 2 dias, mas como calha ao Domingo foi adiado para a 2ª feira.

sexta-feira, 7 de março de 2008

A 1ª Pica

No dia 11 de Fevereiro por volta das 19h45 fui preparar a caneta para dar a 1ª injecção a mim própria! Nunca tinha feito nada parecido antes e confesso que estava nervosa.
Eu tenho uma espécie de “agulhofobia”. Detesto ver agulhas á minha frente e muito menos se são para me picarem…mas fui forte…afinal seria por uma boa causa!

O meu marido estava ao meu lado e para descontrair um pouco eu disse-lhe:
_ É desta que me vou assassinar. E…enfiei a agulha pela barriga dentro.
O marido: _ Doeu?
Eu: _ Queres experimentar?
Marido: _ Nãooooooo!
Afinal, ele também tem “agulhofobia”.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Falta um dia para começar o Tratamento!

No dia 10 de Fevereiro de 2008, domingo, veio a menstruação!
Não podia ligar á Dr.ª A., teria que esperar por 2ª feira.

Na 2ª feira, telefonei da parte da tarde para a clínica do Dr. Alberto Barros a comunicar a visita do Mr. Red e marcar a ecografia, como combinado previamente.

A Sr.ª disse que ainda não tinha os resultados dos cariótipos e por isso não podia marcar a ecografia. Teria que esperar pelo próximo ciclo.
Não gostei do que ouvia. Decidi então contar o episódio da faculdade de medicina e seria boa ideia ligar para lá a saber se tinham recebido o sangue enviado e quando estariam prontos os exames. A Sr.ª da clínica muito simpaticamente disse que ia tentar resolver a situação da melhor maneira e ligar para a faculdade para saber dos resultados. Ela ligar-me-ia de volta a dar uma resposta e também para dizer se poderia começar com o tratamento ou não.


Esperei.
Passadas umas 2 horas ligou-me a dizer que podia começar com o tratamento. A ecografia estava marcada para dia 15 de Fevereiro.
Acrescentou, mesmo que o episódio do sangue não tivesse acontecido os cariótipos não estavam prontos. Justificou-se dizendo que estes resultados demoravam 2 semanas.

(O certo é que do dia 29 de Janeiro até ao dia 11 de Fevereiro, faltava 1 dia para completar as 2 semanas. Isto sim é rigor. O rigor que faltou na Faculdade.
Este comentário deixei-o para mim, porque não adianta nada alimentar este tipo de situações e muito menos com quem não tem culpa nenhuma. Foi apenas um desabafo!)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Terça-Feira, 29 Janeiro de 2008

Chegado o dia 29 lá fomos. Primeiro fomos á Faculdade de Medicina do Porto tirar o sangue para o estudo dos cariótipos. Aqui aconteceu uma situação caricata. Quando chegamos ainda faltava uns 15 minutos para as 9h. Bati á porta, ninguém falou. Pensei que ainda não tinham chegado. Passados alguns minutos uma Sr.ª abriu a porta e disse:
_ Pode entrar a porta está aberta.
Eu respondi:
_ Sim. Vou só chamar o meu marido. (Afastou-se uns 3 ou 4 metros).
Nisto a Sr.ª fecha a porta.
Assim que o meu marido chega ao pé de mim eu disse que já podíamos entrar e abri a porta. Entrámos num corredor que só tinha portas e não sabíamos onde nos dirigir. Até que a Sr.ª ouviu as nossas vozes e disse de onde estava:
_ Podem entrar.
Nós seguimos a voz dela e lá fomos.
Mandou-nos sentar. Enquanto arrumava a secretaria, nós ficámos em silêncio e eu ia tirando as credenciais dos exames.
Ela estendeu a mão e entreguei-as. Perguntou-me o nome todo, a morada e o número do telemóvel. Ao meu marido só lhe perguntou o nome completo.
Passou uma nota de pagamento, para nos dirigirmos á secretaria e mandou o meu marido entrar para uma salita improvisada onde lhe retirou o sangue.
Eu fiquei com a nota de pagamento na mão e á espera da minha vez. Enquanto isso ia lendo o que teria de pagar. Achei estranho ser apenas análises clínicas porque mais abaixo estava o estudo dos cariotipos que custava cerca de 180€, e nós tínhamos que pagar 1,60€. Pensei que a Sr.ª sabia o que estava a fazer, afinal estava tudo explicadinho nas credenciais!
A seguir fui eu tirar o sangue. Ela mal falava e olhava as pessoas. Parecia estar com sono. O meu marido até disse que ela estava era “ganzada”…

Depois disto fomos para a nossa consulta na clínica onde fiz a ecografia e a seguir a histeróscopia, não doeu nada.
O Dr. C. medicou-me com um antibiótico para tomar 1 comprimido durante 3 dias. Esclareceu-me que a histeróscopia é um exame muito evasivo e este medicamento iria prevenir uma possível infecção.

Ao chegar a casa fui buscar o meu telemóvel que o tinha deixado esquecido no meu quarto. Tinha muitas chamadas não atendidas de um número que não conhecia. Como tinha o almoço para fazer não liguei importância e esperei que ligassem de novo.
Passados uns 10 minutos o telemóvel toca. Atendi. Era a Sr.ª da Faculdade de Medicina a perguntar-me pelo meu marido. Disse-me que precisava que ele lá voltasse porque precisava de tirar mais sangue… “Mais sangue?” perguntei eu atónita! _ “Sim”…respondeu a Sr.ª _ “Esqueci-me de tirar o sangue para o estudo do cromossoma Y…”
Eu nem queria acreditar no que estava a ouvir…e passei o telemóvel ao meu marido.
Ele respondeu que agora não podia voltar ao Porto, pois tinha que ir trabalhar…
Então a Sr.ª teve a ideia de mandar o tubinho pelo correio, o meu marido ia a um laboratório perto da nossa casa e depois reenviava o tubinho pelo correio.
Assim fez.
Nós nem queríamos acreditar no que estava a acontecer. Eu lembrei-me das palavras do meu marido: “_ Ela parece que está ganzada.”
Pelos vistos estava mesmo!! Com todos os documentos na frente dela e “esqueceu-se” de tirar o sangue … parecia uma anedota sem piada.
Espero sinceramente que este tipo de episódios não se repita.

terça-feira, 4 de março de 2008

Segunda-Feira, 14 Janeiro de 2008

No dia 14 de Janeiro, conhecemos o Dr. C. (ginecologista e obstetra) que nos reorientou no tratamento.

Nesta consulta, o Dr. disse que o meu marido tinha poucos espermatozóides com a devida “saúde” para fecundar o óvulo naturalmente.

Confirmou-se então o diagnóstico: a ICSI era o melhor caminho a seguir.
Porem seria fundamental também saber se eu tinha algum problema que impedisse o sucesso do tratamento e foi a minha vez de começar com exames.
Com os exames de sangue estava tudo bem. Depois fez as perguntas do costume para preencher o formulário clínico: idade, se fumávamos, se havia caso de cancro nas famílias, se tinha sido operada etc. Feito isto, deu-nos um termo de responsabilidade para assinar em como tínhamos sido esclarecidos de todo o processo a desenvolver e os riscos que poderiam surgir.

Medicou-me com "Acfol"e uma pílula para controlar as hormonas.
O meu marido foi medicado também com comprimidos.
Passou-nos também um exame a fazer na Faculdade de Medicina no Porto, (Hospital de S. João) para o estudo dos cariótipos (estudo cromossómico). Este estudo avalia a razão da infertilidade, se provem de alguma doença (por ex. Tiróide) ou se é genética.
Eu teria que fazer na próxima consulta uma ecografia pélvica e uma Histeróscopia (endoscopia da cavidade uterina).
Pediu-nos para fazer mais uns exames de sangue que faltavam e um em especial para mim que tinha que ser feito entre o 2º e o 4º dia da menstruação.

A próxima consulta foi marcada para o dia 29 de Janeiro de 2008. Tinha que ser este dia, porque tinha que fazer a histeróscopia e este exame tinha que ser feito entre o 8º e o 20º dia do ciclo, e tinha que calhar a uma terça-feira.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A Primeira Consulta

Marcámos a consulta na Clínica do Prof. Alberto Barros para o dia 28 de Novembro de 2007.

Neste dia fomos á consulta e falamos com o Prof. Alberto Barros, que nos fez algumas questões sobre o que já tínhamos feito antes. Segundo o que tínhamos dito, achava que o nosso caso teria que passar pela Micro-injecção Intracitoplasmática (injecção, sob controle microscópico, de um único espermatozóide no interior do ovócito) ou ICSI (IntraCytoplasmic Sperm Injection). Para confirmar este diagnóstico teríamos que fazer um “batalhão” de exames.
Falou-nos também dos custos do tratamento, que seria elevado e poderia não funcionar logo á primeira.

Nos concordámos em prosseguir com o tratamento. Passou-nos logo uns exames de sangue para avaliar o nosso estado de saúde.
Ficou marcada outra consulta para o dia 10 de Dezembro de 2007, para o meu marido fazer um espermograma. Este exame vai permitir avaliar o número, a morfologia e a motilidade dos espermatozóides.
Ficou logo marcada outra consulta para o dia 14 de Janeiro de 2008, para mostrar o resultado do exame.

domingo, 2 de março de 2008

Nova Etapa - Aceitar e Lutar contra a Infertilidade

Passados uns bons anos do nosso primeiro diagnóstico e já com este assunto bem arrumado nas nossas cabeças, de que não teríamos grandes alternativas por meios naturais, decidimos então procurar ajuda médica para concretizarmos o nosso sonho.

Procurei a minha ginecologista e depois uma breve conversa, dos exames que tínhamos realizado (eu e o meu marido) e dos resultados, indicou-me o Hospital Júlio de Dinis, no Porto, no sector público e o Centro de Genética da Reprodução Prof. Alberto Barros, no Porto, no sector privado. Explicou-me também que se optasse pelo sector público teria que esperar cerca de meio ano para a 1ª consulta e que no privado seria mais rápido, só dependeria das minhas condições financeiras.
Confesso que foi uma decisão difícil de tomar. Pois a questão financeira não está muito favorável.

A vontade de engravidar é muita, até porque o factor da idade pode ser um bom aliado.

sábado, 1 de março de 2008

O Relógio Biológico

Foi acerca de 4 anos que o meu relógio biológico começou a tocar!
Tinha tudo aquilo que necessitava. Uma relação onde existe amor, um emprego seguro, uma casa com espaço.
Estava na hora da cegonha nos trazer a única coisa que faltava, um(a) filho(a),para nos sentirmos felizes e realizados com a vida!

Os meses foram passando e a cegonha não chegava...

Decidi então numa consulta de ginecologia expor o problema. Foi então que começei com os exames de despiste." _Está tudo bem!" Dizia a médica.
Pensei então que seria uma questão de tempo e pronto o assunto ficaria resolvido. Mas não.
Os meses continuavam a passar e nada de novo acontecia.

O meu marido decidiu então procurar um médico que lhe fizesse também exames de despiste. Aqui o resultado foi diferente do meu. Sim alguma coisa não estava bem: fraca mobilidade dos espermatozóides e o diagnostico do medico foi: "_Se pretende ter filhos terá que ser através de uma FIV (Fertilização in vitro), embora possa acontecer naturalmente mas muito dificilmente.

Foi necessário algum tempo para digerirmos este diagnostico. Continuamos a levar a nossa vida de sempre tentando não pensar no assunto em demasia.
Contudo era difícil. Achávamos, e continuamos a achar, que está mais que na hora da nossa família crescer.